Mitos e verdades sobre o sarampo
Vírus erradicado do Brasil há quase 20 anos, o sarampo volta a ser lembrado pelas principais capitais do país. Entre os motivos está a diminuição de adesão da vacina, disponível gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde espalhados no Brasil. A Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) diz que a doença que é mais comum em crianças, mas que também acomete adultos, e se não tratada, pode levar o paciente à morte.
A médica de família Denize Ornelas explica que “quando criança, a aplicação da vacina Tríplice Viral protege contra doenças que apesar de parecerem inofensivas, em alguns pacientes se dá em formas graves. Se não diagnosticadas em tempo hábil, causam danos irreversíveis à saúde. Sobretudo vacinar crianças e adultos é uma causa de saúde pública, não só individual, mas também de toda a população”.
Prevenção do sarampo
O sarampo pode ser prevenido com três tipos de vacinas diferentes: a Dupla Viral (SR), com proteção contra o sarampo e a rubéola; a tríplice-viral (SCR), que protege contra sarampo, caxumba e rubéola e a tetraviral que protege contra essas três, além da varicela, conhecida como catapora (SCR-V).
Denize ainda ressalta que houve mudanças no calendário vacinal do Brasil. “Sobre sarampo, caxumba e rubéola, o calendário e o período de vacinação sofreram alterações desde o início das campanhas de vacinação na década de 70. De acordo com a faixa de idade, hoje se recomendam diferentes esquemas de proteção com vacinas. Uma parte dos adolescentes de hoje já tomou a vacina contra sarampo em duas doses quando crianças.”
Veja os mitos e verdades sobre o sarampo:
A vacina provoca autismo
MITO. A vacina é segura e não apresenta riscos de desenvolvimento de autismo. Entre os efeitos colaterais mais comuns da tetraviral (SRC-V), está a febre que acontece em até 15% dos vacinados, mas é reação considerada normal até 12 dias após a aplicação.
Ambientes fechados são mais propícios para contaminação.
VERDADE. Em temperaturas baixas, é comum a população deixar lugares fechados mesmo com fluxo alto de pessoas. Porém, é imprescindível deixar janelas e portas abertas para circulação de ar e evitar outras doenças além do sarampo, como a caxumba.
O esquema de proteção vacinal é feito apenas em clínicas particulares.
MITO. Todas as vacinas estão disponíveis pelo Ministério da Saúde gratuitamente e podem ser adquiridas nas Unidades Básicas de Saúde. Quando criança, a vacina deve ser aplicada em duas doses: a primeira dose é feita aos 12 meses de idade com a vacina da Tríplice viral, que protege contra caxumba, sarampo e rubéola e a segunda, dos 15 meses até aos 12 anos. No Brasil, a segunda dose é feita com a tetraviral, que também inclui a proteção contra varicela.
Grupos de risco devem ser prioritariamente vacinados.
VERDADE. As populações mais vulneráveis ao sarampo são aquelas que vivem e atuam profissionalmente em locais de grande circulação de pessoas em fase migratória, como portos e aeroportos, pois nem todos os países garantem um sistema e controle vacinal como o Brasil, que tem um dos melhores calendários e esquemas de distribuição vacinal do mundo. Além disso, os profissionais de saúde também devem manter sua vacinação em dia.
Os sintomas iniciais podem ser confundidos com a gripe.
VERDADE. Entre os sintomas mais comuns estão febre, tosse, mal estar e corrimento nasal, que são seguidos de manchas vermelhas no corpo, que duram aproximadamente três dias. Essas manchas são os principais indícios de contaminação do vírus. Em casos mais graves, a criança ou pessoa pode ter infecção nos ouvidos e desenvolver pneumonia. Convulsão também pode acontecer.
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