Excesso de uso de aparelhos eletrônicos pode acarretar danos à visão, segundo especialista
Por conta do isolamento social devido à pandemia da COVID-19, muitos brasileiros tem utilizado cada vez mais os aparelhos eletrônicos e isso tem causado danos à visão. Neste período de quarentena foi registrado um aumento médio de 30% no tráfego de internet no Brasil, segundo o Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil).
Além da possibilidade de agravar problemas oftalmológicos já existentes, este hábito tem favorecido o aumento de casos da Síndrome da Vista Cansada. Com a vista fixada nas telas, recebendo a luz emitida pelo aparelho, as piscadas de olho tendem a ser mais espaçadas, resultando em ressecamento e fadiga ocular. Visão turva, vermelhidão nos olhos e tensão ocular também são sintomas do problema.
A Síndrome da Visão por Computador (CVS) é causada pelo uso excessivo dos aparelhos digitais que emitem luz azul, prejudicial para a retina. A proximidade da luz aos olhos também causa danos à visão.
Dificuldades ao enxergar
O oftalmologista Hilton Medeiros, da Clínica de Olhos Dr. João Eugenio, explica que a sensação de miopia, que é a dificuldade de enxergar de longe, pode ser outra consequência do problema. “A “falsa” miopia ocorre porque um músculo dentro do olho, chamado ciliar, se contrai para focalizar imagens próximas, esforçando-se para encontrar o foco. Com o esforço constante, ele entra em fadiga e para conseguir focalizar as imagens de longe, este músculo precisa estar relaxado”, afirma.
Pessoas que têm hipermetropia são mais suscetíveis a ter a falsa miopia porque esta disfunção por si só já é um tipo de dificuldade de enxergar de perto, pois o olho é um pouco menor do que o normal, o que provoca uma focalização errada da imagem que se forma após a retina.
Dessa forma, para focar imagens de perto, o hipermétrope acaba fazendo um esforço exagerado e pode sofrer espasmos nessas musculaturas. “Os músculos se contraem e a visão permanece focada para perto, porém embaçada para longe, dando a falsa impressão de miopia”, comenta o oftalmologista.
Segundo o especialista, em adultos, esse esforço repetitivo não necessariamente levará o paciente a ser míope de fato ou ter danos à visão. No entanto, crianças com a visão em formação têm quase o dobro de chances de desenvolver miopia acomodativa e, a longo prazo, mais propensão a desenvolver miopia verdadeira.
Para saber se a miopia é “falsa” ou “verdadeira” o oftalmologista precisa fazer uma avaliação completa dos olhos. A miopia verdadeira ocorre quando o olho é mais longo do que o normal, o que faz com que os raios de luzes sejam focados muito antes na retina, prejudicando assim a visão de longe.
Sintomas
Embora os sintomas sejam os mesmos, os meios de correção são diferentes, segundo o médico. Na verdadeira miopia, podem ser utilizados óculos e lentes de contato ou cirurgias reparadoras à laser, pois se trata de um problema anatômico. Para a falsa, pode ser indicado o uso de colírios, exercícios visuais e até óculos para perto.
A melhor forma de se prevenir contra os danos à visão relacionados ao uso excessivo de aparelhos eletrônicos é dar pausas no computador a cada hora e olhar para o horizonte, manter a tela do computador na altura da linha dos olhos, dar preferência a monitores com alta resolução, piscar mais vezes e, principalmente, reduzir a utilização destas tecnologias.
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Como lidar com a ansiedade no atual cenário que vivemos
No Brasil há cerca de 18,6 milhões de pessoas que convivem com o transtorno de ansiedade segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso representa 9,3% da população e são dados anteriores à pandemia da COVID-19. Um cenário já preocupante, pois o país ocupava o segundo lugar no ranking mundial e, agora, esse número pode ter se agravado ainda mais.
A psicóloga Júlia Rabelo explica que a pandemia é um momento cheio de gatilhos para quem convive com a ansiedade. “Vivemos em um momento difícil de pandemia. As incertezas, o medo e a angústia nos despertam inúmeras alterações físicas e psicológicas, podendo gerar a ansiedade. Todas essas mudanças bruscas em nossa rotina podem despertar sentimento de impotência, de incerteza, de medo, de solidão, entre outros”.
Segundo a especialista, “neste período precisamos atentar ainda mais aos danos emocionais que possam vir a surgir provocados pela situação atual. Cuidar da saúde mental e do bem-estar psicológico e social é tão importante quanto preservar a saúde física”, explica.
Mudanças bruscas na rotina
A interrupção e as mudanças na rotina com restrição à liberdade possibilita uma reflexão pessoal e novas formas de lidar com os problemas.
De acordo com a psicóloga, nesse momento de maior distanciamento social, as pessoas se deparam com a desconstrução de um padrão de vida existente.
“É importante salientar que precisamos nos reorganizar em alguns aspectos da vida cotidiana. Por exemplo: na rotina doméstica, no trabalho em home office, na relação com as crianças e, principalmente, com os nossos próprios cuidados pessoais. Esta reorganização nos ajuda a reduzir os níveis de stress e ansiedade”, sugere a psicóloga. Ainda, a respeito da ansiedade, a profissional fornece algumas orientações:
No início do dia, é importante estabelecer rotinas e planejamento diário. Ou seja, estabelecer horário para acordar, alimentar-se etc. Isso favorecerá um maior equilíbrio emocional.
Procure dividir tarefas domésticas, realize atividades prazerosas em grupo e, importante ressaltar, a manutenção de uma rotina de atividades individuais.
A alimentação e os exercícios físicos têm um importante papel na redução da ansiedade. Procure ter bons hábitos alimentares. Vale ressaltar outros sintomas intensificados pela ansiedade: insônia, falta ou excesso de apetite, tristeza, irritabilidade, morosidade no acesso à memória, entre outros.
Estes sintomas são externalizações de sofrimento psíquico e o indicativo para estes casos. Ou seja, procure um profissional da Psicologia e realize uma avaliação adequada de seu quadro emocional. Assim, haverá um encaminhamento para a forma de tratamento e que proporcione o cuidado necessário à saúde psíquica da pessoa.
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