Quando surge uma bolinha vermelha na parte externa da pálpebra, muitas pessoas acreditam ser terçol e que logo desaparecerá sozinha alguns dias depois. Outros, mais ansiosos, tentam espremer como se fosse uma espinha.
De acordo com o oftalmologista Renato Neves, as duas atitudes estão erradas. “A primeira coisa a fazer é observar as condições da vista acometida pelo cisto e jamais espremer. Isso pode causar a ruptura da cápsula e acabar causando uma inflamação mais intensa no local. Os olhos estão entre as partes do corpo mais sensíveis. A menor irritação pode provocar dor e um desconforto sem tamanho para o paciente. Por isso, é importante checar bem as condições gerais e buscar ajuda especializada”.
Renato explica que nem todo terçol é igual. Sendo assim, para cada problema há uma solução. Os mais comuns são hordéolo, calázio, cisto de Moll e ceratose seborreica. Para cada diagnóstico, existe um tratamento. Pode ser desde compressas de água morna, para aliviar a dor e a inflamação, até microcirurgias. Abaixo, o médico explica as formações de cistos oculares mais comuns e suas formas de tratamento. Veja:
Hordéolo
Segundo o especialista, “o hordéolo é resultado de uma infecção bacteriana, que forma um abscesso geralmente localizado na base da pálpebra. O terçol, nesse caso, vai ficando avermelhado, inchado e dolorido. Compressas feitas com algodão embebido em água morna e limpeza apropriada são suficientes para tratar o problema”, explica. Mas fique atento: se o terçol persistir por mais tempo, é necessário buscar acompanhamento médico e, muito provavelmente, entrar com um tratamento à base de antibióticos.
Calázio
“O calázio é um nódulo duro, liso e geralmente indolor que surge na pálpebra. Pode ser resultado de uma infecção em outro órgão e tende a desaparecer em até três meses se o paciente fizer compressas quentes e massagear o local com pomada anti-inflamatória. Caso o quadro persista por mais tempo, ou o cisto aumente consideravelmente de tamanho, o médico poderá optar por retirar cirurgicamente com anestesia local”, diz Renato.
Cisto de Moll
O oftalmologista diz que esse tipo de cisto é praticamente transparente e contém um líquido em seu interior. “Ele não cresce, mas por incomodar bastante o paciente, o oftalmologista geralmente o remove sob anestesia local, esvaziando primeiramente seu conteúdo e depois removendo o tecido externo. O procedimento é considerado simples e eficaz”.
Ceratose seborreica
“Esse é um problema recorrente a partir da meia-idade e se multiplica com o passar do tempo. Trata-se de um tumor benigno da pele com formas arredondadas, consistência mole, de coloração marrom ou negra, parecendo verrugas. Apesar de não representar risco ao paciente, caso esteja incomodando a visão, poderá ser removida através de uma pequena incisão, com anestesia local”.
Renato Neves afirma, ainda, que todo terçol deve ser bem examinado e removido quando necessário. “Não só para interromper o ciclo de dor e incômodo, como para prevenir a progressão da doença e zelar pela boa aparência do paciente. Devemos levar em consideração, sempre, que também pode se tratar de um tumor maligno. Por isso, é muito importante que o paciente agende uma consulta com um oftalmologista caso o cisto persista por mais de três ou quatro dias”, finaliza.